segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Balanço 2012!


2012 foi um ano bastante positivo em termos de leituras, tendo-me proporcionado conhecer novos autores e, na sua maioria óptimas surpresas. Foi, sem dúvida, o meu melhor ano de leituras, porque consegui aumentar de modo significativo o número de livros lidos e por ter sido um ano em que conheci obras fantásticas.

No final do ano passado, tinha-me proposto a alcançar diversos objectivos. Tinha o intuito de aumentar o meu número de livros lidos, tal como conseguir diversificar ao máximo as minhas leituras, de modo a ler cada vez mais obras de outros géneros, para além dos que mais me dizem, e conhecer novos autores.

No que se refere a números, sem dúvida que o meu objectivo foi alcançado. Em 2010 tinha lido somente 39 livros, em 2011 tinha conseguido alcançar os 46. Para 2012 tinha colocado como fasquia os 50 livros, que tinham sido o meu objectivo em 2011 e, para meu espanto e felicitação pessoal, consegui superar este número. Neste ano que está prestes a terminar consegui ler 71 livros. Destes 71, treze foram emprestados, o que significa que tenho conseguido ler bastantes obras da minha biblioteca pessoal, que tem crescido bastante nos últimos três anos e infelizmente não tenho conseguido ler o suficiente para compensar as compras.

O facto de ter uma lista de livros enorme por ler, fez-me prometer que tentaria conter os gastos em livros, de modo a conseguir ler os que tinha pendentes, contudo esta missão não correu tão bem quanto gostaria. Este mês de Dezembro, por exemplo, não adquiri qualquer livro, contudo em meses anteriores, comprei mais do que deveria. No próximo ano gostava de tentar ler mais e comprar menos, de modo a contornar tal facto.

Também este ano prometi a mim mesma ler mais obras de autores nacionais, tendo conseguido ler seis obras. Sei que ainda é um número muito pequeno, algo vergonhoso, mas vou tentar em 2013 aumentar o número de livros lidos escritos na língua de Camões.

Quanto ao objectivo de diversificar as leituras, este ano entrei no “Desafio Magia & História 2012”, que consistia na leitura de 6 livros de Magia e 6 de Romance Histórico. Quando encabecei este desafio pensei que seria óptimo, por me permitir conjugar um dos meus géneros preferidos, o Fantástico, e um género que não conhecia muito, mas que me suscitava bastante interesse.

Findo este ano, posso afirmar que este desafio correu muito bem, tendo-me dado um prazer enorme. Embora o Romance Histórico fosse um género que conhecia muito pouco, posso afirmar sem qualquer reserva que me permitiu conhecer obras fantásticas, algumas das que mais gosto me deu acompanhar este ano.

A lista de livros lidos neste desafio foi a seguinte:

Magia:
"Uma Bruxa em Apuros" de Kim Harrisson;
"A Fúria dos Reis" de George R. R. Martin
"A Demanda do Visionário" de Robin Hobb
"O Despertar da Magia" de George R. R. Martin
"O Feiticeiro de Terramar" de Ursula Le Guin
"Harry Potter e a Pedra Filosofal" de J. K. Rowling
"Hex Hall" de Rachel Hawkins
"Harry Potter e a Câmara dos Segredos" de J. K. Rowling
"Bruxa e Detective" de Kim Harrison

Romance Histórico:
"Uma aposta perversa" de Emma Wildes;
"A Melodia do Amor” de Lesley Pearse.
"O Segredo da Casa de Riverton" de Kate Morton
"O Rapaz do Pijama às Riscas" de John Boyne
"Os Leões de Al-Rassan" de Guy Gavriel Kay
"As Serviçais" de Kathryn Stockett
"Alma Rebelde" de Carla M. Soares
"Esmeralda Cor-de-Rosa" de Carlos Reys
"Rebeldes" de Anna Godbersen
"No Anexo" de Sharon Dogar
“Rosa Selvagem” de Patricia Cabot

Quanto aos 10 melhores livros, este ano foram:
Pequena Abelha” de Chris Cleave (Edições ASA);
A Doçura da Chuva” de Deborah Smith (Porto Editora);
O Segredo da Casa de Riverton” de Kate Morton (Porto Editora);
A Culpa é das Estrelas” de John Green (Edições ASA);
Milagre” de R. J. Palacio (Edições ASA);
Entrevista com o Vampiro” de Anne Rice (Europa-América);
A mulher do viajante no tempo” de Audrey Niffenegger (Editorial Presença);
A Demanda do Visionário” de Robin Hobb (Saída de Emergência);
O Despertar da Magia” de George Martin (Saída de Emergência);
Divergente” de Veronica Roth (Porto Editora)

No que se refere aos que menos gostei, poderia mencionar “Tabu” de Jess Michaels, “Hex Hall” de Rachel Hawkins e “A escolha do coração” de Amanda Brooke.

Neste ano li uma maior percentagem de livros do género Fantástico (21), tendo lido dezoito Romances, onze Romances Históricos, seis do género Policial, cinco de Drama, cinco FC, dois Clássicos, dois Terror e outro de Romance Erótico. O que significa que realmente consegui diversificar as minhas leituras e ainda experimentar um género novo, o Romance Erótico. Embora não me tenha agradado sobremaneira a obra em questão, permitiu-me conhecer outro género de obras.

Os Autores Revelação foram vários: Chris Cleave, Deborah Smith, John Green e R. J. Palacio, que escrevem de uma forma soberba, conseguindo construir personagens tremendamente humanas, tendo nas suas obras passagens absolutamente fantásticas. Kate Morton foi igualmente uma escritora que me surpreendeu bastante pela positiva, pela sua escrita mágica e envolvente, pela sua capacidade de escrever no papel de uma personagem de idade de modo soberbo. Foi quiçá a autora que mais me surpreendeu este ano. Este ano conheci também as escritoras Suzanne Collins e Veronica Roth, portadoras de mundos tremendamente interessantes, que me deram um prazer enorme de acompanhar. Veronica Roth foi inclusive portadora do melhor livro de FC que li este ano, pelo que fico expectante pela continuação da sua obra. No que se refere ao Fantástico, sem dúvida que Anne Rice foi a melhor experiência deste ano. Tinha muitas expectativas quanto às suas obras e foram completamente justificadas.

Faço, deste modo, um balanço bastante positivo deste ano. Consegui ler mais 25 livros do que sucedeu o ano passado, o que me deixa bastante feliz. Conheci bastantes autores novos, alguns que se tornaram bastante especiais e que foram autores de algumas das melhores obras que li até hoje.


Para 2013 os meus objectivos vão muito de encontro aos do ano passado. Desejo ler mais livros e comprar menos; continuar a diversificar as minhas leituras, conhecendo géneros novos; ler mais obras de autores nacionais e conhecer novos escritores.

Desejo a todos os leitores do Magia, que conseguiram ler este texto enorme sem se cansarem :P, um óptimo ano 2013. Espero do fundo do coração que este ano que está prestes a começar seja melhor do que 2012. Espero que tenham um ano recheado de coisas boas, de muitos sucessos, felicidade e essencialmente saúde. Um óptimo ano para todos, recheado de óptimas leituras! Beijinhos. :)

domingo, 30 de dezembro de 2012

Para Sempre, Talvez



Nome: “Para Sempre, Talvez”

Autora: Cecelia Ahern

Nº de Páginas: 361

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Rosie e Alex vivem em Dublin e conhecem-se desde a escola primária. Sempre se mantiveram amigos e passaram juntos por muitas experiências desde a gravidez, ao casamento e divórcio. Um dia a distância separa-os: Alex parte com os pais para os Estados Unidos e Rosie sente-se muito sozinha. Consciente de que iria encontrar a felicidade junto de Alex, planeia ir ter com ele a Boston mas o destino força-a a manter-se na Irlanda. Uma série de mal-entendidos e azares deixa-os afastados e quando finalmente se reencontram não sabem o que fazer com a atracção que esteve sempre presente. Contado inteiramente através de correspondência escrita desde emails a cartas é um romance subtil e encantador sobre as nuances da amizade e amor.”

Opinião: Cecelia Ahern é uma escritora irlandesa, que alcançou um enorme sucesso com os seus romances e alguns contos. Pertencente durante alguns anos a uma banda, Cecelia lança aos vinte e um anos o seu primeiro romance, “P. S.- Eu Amo-te”, que se tornou o bestseller mais vendido na Irlanda, por 19 semanas, no Reino Unido, EUA, Alemanha e Holanda, tendo dado origem a um filme, com o mesmo nome, dirigido por Richard LaGravenese.

O seu romance seguinte, “Para Sempre, Talvez”, foi vencedor do CORINE Award Alemão, tendo alcançado o primeiro lugar de livros mais vendidos na Irlanda e no Reino Unido, com 17 mil cópias vendidas.

Nesta obra somos apresentados aos melhores amigos Rosie e Alex, tendo a possibilidade de acompanhar a infância de ambos, o seu desenvolvimento em jovens e adultos. Melhores amigos inseparáveis, de um dia para outro vêm-se separados, por Alex ter partir com os seus pais para os EUA. Nesse momento Rosie promete ir ter com o seu melhor amigo a Boston, contudo o destino obriga-a a permanecer na Irlanda. Será que apesar de todos os contratempos, estes amigos irão conseguir voltar a juntar-se e admitir que foram feitos um para o outro?

Escrito no formato de cartas, postais, emails e conversas de chat, numa narrativa fluída, simples, com uma pitada de humor, Cecelia Ahern aborda nesta obra temas como a amizade, o amor e a esperança por melhores dias.

Temos a possibilidade de conhecer inúmeras personagens, que nos permitem conhecer melhor Rosie e Alex, tal como o ambiente que as envolve. No que diz respeito a Rosie é impossível não sentir apresso por ela, por ser uma completa lutadora, que nunca baixa os braços embora a vida lhe pregue bastantes rasteiras. Alex é igualmente um homem de ouro, com bastante sorte no ramo profissional, ao contrário de Rosie, mas com o mesmo azar no que diz respeito ao amor. As restantes personagens são igualmente interessantes e cativantes, podendo ser mencionada a professora de ambos, de quem não gostavam quando eram pequenos, mas com quem Rosie acaba por compreender que as aparências enganam e que por debaixo da aparência autoritária, se encontra uma amiga com quem poderá sempre contar.

Nesta obra são várias as mensagens defendidas, desde a amizade, que se for alimentada poderá durar uma vida inteira e distância alguma poderá influenciá-la, desde que lutemos por isso. e que é a sustentabilidade de qualquer indivíduo, pois aconteça o que acontecer, quando se tem amigos verdadeiros, sabemos que poderemos contar sempre com eles. Que por vezes a felicidade encontra-se mesmo ao nosso lado, sem que demos conta. Defendendo também que nunca devemos deixar nada por fazer ou dizer, pois poderemos estar a perder muito mais guardando para nós o que sentimos, do que ao partilhar esses sentimentos. Por fim, é defendido que nunca se deve desistir, que devemos sempre acreditar nos nossos sonhos e lutar pelo que acreditamos, pois não há impossíveis, simplesmente objectivos mais difíceis de alcançar.

“Para sempre, talvez” é, desta forma, uma história que nos apresenta uma amizade duradoura que vence qualquer barreira e a luta por um amor aparentemente impossível. Uma boa história para passar algumas horas descontraídas, sem exigir muito do leitor.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A Culpa é das Estrelas



Nome: “A Culpa é das Estrelas”

Autor: John Green

Nº de Páginas: 256

Editora: Edições ASA

Sinopse: “Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita.
PERSPICAZ, ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e comovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando de maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se vivo e apaixonado.”

Opinião: John Green é um vlogger, juntamente com o seu irmão, e escritor de livros para jovens adultos. Autor de vários bestsellers do The New York Times recebeu os prémios Michael L. Printz Award e o Edgar Award, tendo sido inclusive por duas vezes finalista do L. A. Times Book Prize.

“A Culpa é das estrelas” é a sua sexta obra, tendo sido lançada em 2012. Nesta obra somos apresentados à jovem de 17 anos, Hazel, que é uma doente terminal. Após lhe ter sido diagnosticado cancro nos pulmões, sem cura, esta jovem consegue estabilizar devido ao surgimento de um medicamento experimental, contudo a doença será sempre uma realidade na sua vida, estando condicionada a realizar somente algumas actividades. 

Com receio que a filha não aceite da melhor forma a sua condição de vida, os pais de Hazel instigam-na a frequentar um grupo de apoio a jovens com cancro, onde faz vários amigos. É neste grupo que conhece um rapaz, Augustus, que além de ser lindo aos seus olhos, ainda parece sentir um enorme fascínio por si, embora esta jovem tenha dificuldade de compreender porquê. Também este jovem foi portador de um cancro, que inclusive lhe levou à amputação de uma perna, encontrando-se há 14 meses sem qualquer ressurgimento de cancro. Embora Hazel tenha receio de sobrecarregar mais uma pessoa com a possibilidade da sua morte é, deste modo, que estes dois jovens se tornam amigos e que mais tarde começam uma relação.

Confesso que esta foi das opiniões mais difíceis que tentei escrever. Por diversas vezes pensei em passar para o papel o que senti ao desfolhar esta incrível obra, sem que nada do que idealizasse me parecesse acertado ou digno da obra de John Green. É um livro difícil de descrever, daquele género que sentimos que elogios nenhuns que possamos fazer o conseguem definir como ele merece. A verdade é que adorei e que me fez sentir de mil e uma maneiras, arrebatando-me completamente com as mensagens e personagens fantásticas que contém.

Ao embrenhar neste livro somos confrontados com diversos temas. Desde os mais ligeiros, as amizades que fazemos ao longo da vida e que acabam por ser a nossa sustentabilidade; o primeiro amor, portador de imensos sentimentos, que nos transmite a possibilidade de poder ser para sempre. Aos mais sensíveis, como o cancro, o que o mesmo significa para a pessoa que o tem, o receio de não recuperar, a tristeza de não saber se o dia de amanhã será bom ou não, ao facto de se sentir que não se pode confiar no nosso próprio corpo. Mostrando-nos também o papel do familiar e do amigo, que sente uma impotência enorme porque não pode fazer nada para ajudar o doente, tal como a tristeza de ver os que amamos sofrer. Também nesta obra somos confrontados com a perda do primeiro amor e a morte de alguém que nos é especial, que novamente é dos sentimentos mais desgastantes e angustiantes.

Esta obra foi, sem dúvida, uma verdadeira caixinha de surpresas. Embora tivesse acompanhado inúmeras opiniões fantásticas, que inclusive me levaram a adquiri-la, não esperava sentir-me tão apegada a estas personagens e sentir tantas emoções em simultâneo, pois tanto me fez chorar como soltar uma gargalhada borbulhante e não há nada mais fantástico do que um livro que nos faz sentir desta forma.

A história entre Gus e Hazel foi igualmente maravilhosa, uma incrível ternura. Adorei os momentos vivenciados entre este casal, o modo como Gus tentou conquistar Hazel e o modo como se tornaram inseparáveis. Ambos os personagens são de tal modo reais, com histórias de vida cativantes e enternecedoras, que tanto nos faziam sorrir de contentamento por os acontecimentos lhes correrem bem, como nos faziam emocionar por a vida ser ingrata para com eles. Li recentemente uma opinião sobre esta obra que defendia que estes personagens se tornam quase como nossos amigos ao longo desta jornada e é a mais pura das verdades, vivemos de modo pleno os acontecimentos que lhes sucedem quase como se fossem nossos.

Numa escrita fluída, enternecedora e tremendamente cativante, John Green apresentam-nos a descoberta do primeiro amor, a perda de alguém que amamos e a realidade do que é ser portador de cancro.

"A culpa é das Estrelas" é, deste modo, uma obra mágica, portadora de um enorme role de sentimentos, que agradará certamente aos amantes deste género de obras.

Frases a reter: "O consolo fácil não é reconfortante."

"Não podemos escolher se somos ou não magoados neste mundo, mas temos algo a dizer sobre quem nos magoa."

Avaliação: 5/5 (Adorei!)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal!


O Magia deseja a todos os seus leitores um óptimo Natal. Espero que passem a consoada junto dos que mais amam e que esta noite tenha tudo de bom, muitos sorrisos, felicidade e amor, pois é mesmo isso que esta época simboliza.

Beijinhos para todos!

Selo - Campanha Incentivo de Leitura



Um bocadinho atrasado mas o meu grande obrigada à p7 do blogue Bookeater/Booklover;  à Patrícia do Chaise Longue; à Ana Santos do Devoradora de Livros; à Alexandra Rolo do Livros por todo o Lado; à Nexita do Mil Folhas; à Maria d' O Imaginário dos Livros e à Silvana do Por Detrás da Palavras por me terem atribuído este selo. 

Regras:
  1. Indicar 10 blogs para receberem o Selo (é proibido apenas deixar para quem quiser pegar sem indicar 10 blogs);
  2. Avisar os blogs escolhidos;
  3. Colocar a imagem no blogue para apoiar a campanha;
  4. Responder à pergunta: Qual livro indicaria para alguém começar a ler?

Neste preciso momento acredito que a maioria dos blogues já tenha recebido o selo, mas deixo a 10 dos inúmeros blogues que sigo atentamente:


A pergunta é um bocado difícil porque acho que depende sempre do gosto de cada um. Contudo, se fossem jovens possivelmente a saga do Harry Potter de J. K. Rowling ou a trilogia dos "Jogos da Fome" de Suzanne Collins. Para os jovens adultos "A Culpa é das Estrelas" de John Green, obra que li há pouco tempo e que nos ensina algumas importantes mensagens que devemos ter sempre em conta. Para um adulto penso que seria mais difícil despertar-lhe o gosto pela leitura, mas possivelmente a saga  do Gelo e do Fogo de George Martin.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Bruxa e Detective



Nome: “Bruxa e Detective”

Autora: Kim Harrison

Nº de Páginas: 416

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “A vida é dura para a jovem Rachel Morgan. Caçadora de prémios por profissão e bruxa por vocação, o seu trabalho é percorrer as ruas perigosas de Hollows atrás de criaturas sobrenaturais que ameacem os habitantes mais inocentes e vulneráveis.
Sensual e independente, a jovem consegue lidar com vampiros vestidos de cabedal e até escapar ao ocasional demónio, mas um assassino em série que dá caça aos mais perigosos mestres da magia negra é, sem dúvida, forçar os limites.
Para derrotar um mal assim tão antigo e implacável não basta uma personalidade forte e uma mão cheia de feitiços. E se falhar, mais do que o seu corpo, Rachel arrisca-se a perder a alma.”

Opinião: Dawn Cook nascida no Midwest, EUA, descobriu o gosto pela escrita aos 15 anos. As suas primeiras histórias foram concebidas no género de Ficção científica, contudo rapidamente percebeu que preferia escrever fantasia e centrar-se mais no desenvolvimento de carácter das personagens.

Kim Harrison, pseudónimo adoptado pela escritora, escreveu a sua primeira obra em Abril de 2004 através da HarperTorch, que deu início à saga de fantasia urbana Rachel Morgan. Inicialmente originada como um volume, foi publicado no original em duas obras distintas, em português “Uma bruxa em apuros” e “Bruxa detective”. O primeiro volume tornou-se de tal modo um sucesso, que a escritora passou a dedicar-se exclusivamente à escrita.

Em “Bruxa e Detective”, Rachel continua o seu trabalho como caçadora de prémios e a praticar as mais variadas missões enquanto bruxa. Quando Hollows é ameaçada por um assassino em série, que parece atacar bruxos poderosos, Rachel vê-se envolvida na descoberta deste perigoso assassino, o que poderá colocar a sua vida em jogo.

No anterior volume tinha sentido alguma dificuldade em ligar-me a Rachel. Lembro-me de sentir que não me cativava inteiramente e que havia qualquer coisa na concepção da personagem que nos parecia forçado. Neste volume confesso que esse receio se vê descartado e gostei de acompanhar o seu dia-a-dia.

Neste volume temos momentos de constante acção, em que parece que sempre que Rachel vê solucionado algum problema, rapidamente encontra outro. O que nos prende à obra do princípio ao fim.

Gostei bastante de conhecer melhor várias das personagens. Temos a possibilidade de conhecer melhor o passado de Rachel, sobre a sua infância e os seus pais, o que foi interessante e nos permitiu compreendê-la melhor. Ivy, a vampira que divide a casa com ela, sofre também grandes alterações e transmite-nos grande perigo. Em toda a obra sentimos que ela vai descarrilar a qualquer momento, que irá ceder aos instintos vampíricos, o que também condiciona que estejamos sempre expectantes pelo que irá suceder posteriormente. No final desta obra Ivy deixa-nos curiosa sobre o seu futuro, como irá gerir o que lhe sucedeu, o que me deixa bastante curiosa com a continuação. Continuo a adorar o pixy e respectiva família, penso que é das personagens mais carismáticas da obra. Possui momentos absolutamente deliciosos e cativa-nos com a sua simplicidade.

Relativamente às restantes personagens, temos também a possibilidade de conhecer melhor Nick, que se mostrou bastante misterioso. Toda a ligação com o demónio, que havia confrontado juntamente com Rachel, deixou-nos expectante por saber o que se passará num futuro e transmite-nos alguma necessidade de saber mais sobre o seu passado. Quanto a Trent, nesta obra transmitiu-nos sentimentos algo contraditórios. Em “Uma bruxa em apuros” era claramente das personagens que menos apreciava, por tudo o que fez a Rachel passar, contudo neste volume não sabia bem o que pensar sobre ele. Numa fase inicial não me transmitia qualquer confiança, contudo à medida que a história avança e começamos a pensar sobre os acontecimentos, percebemos que ele poderá ser mais do que mostrou no primeiro volume e que poderá vir a ter uma ligação próxima com a Rachel, até porque poderão ser mais parecidos do que pensam.

Quanto ao demónio, com o qual Rachel e Nick se viram confrontados, foi portador dos momentos mais intensos da obra. É uma personagem que consegue possuir diversas facetas, o que é algo arrepiante, por nos fazer recear por diversas vezes por este casal, mas igualmente cativante. A ligação que possui com ambas as personagens é bastante interessante e poderá vir a ter contornos ainda mais aliciantes, devido ao pacto que ambos fizeram com este demónio.

Numa escrita repleta de acção, suspense e adrenalina, Harrison apresenta-nos um mundo interessante, repleto de magia, que nos prende à narrativa e nos incute necessidade de descobrir mais sobre este mundo e respectivas personagens.

Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

sábado, 1 de dezembro de 2012

Aquisições de Novembro


No passado mês de Novembro houve uma campanha na Fnac em na compra de quatro livros, de uma pequena lista, ofereciam os dois mais baratos. Adquiri, deste modo, várias obras que me suscitavam interesse há algum tempo. "A Culpa é das Estrelas" de John Green, "Rosa Selvagem" de Patricia Cabot, "O Grande Amor da minha Vida" de Paulina Simons, que têm críticas fantásticas e do escritor português João Ricardo Pedro "O teu Rosto será o Último" porque prometi a mim mesma que iria tentar investir mais em obras de autores nacionais e por parecer ser uma obra interessante, que não toca a duas pessoas de igual forma.



Por último, adquiri o romance de época de Jane Harris, "Observações", que foi o livro da semana pela Presença.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Passatempos "Um Cappuccino Vermelho" [Divulgação]

O escritor Joel Gomes, que viu a sua obra de estreia ser lançada este ano, encontra-se de momento a realizar dois passatempos d' "Um Cappuccino Vermelho" e alguns packs promocionais.

Irão ser sorteadas duas obras através do Goodreads, no qual poderão concorrer através do seguinte link e também poderão ganhar um ebook, no formato que melhor vos aprouver, no site Smashwords, através do posterior link. Ambos os passatempos decorrerão até ao dia 31 de Dezembro.

Relativamente aos packs promocionais, o autor encontra-se a oferecer preços vantajosos a quem  adquirir mais do que um exemplar. O preço da edição grande da sua obra encontra-se nos 10 euros e a edição livro de bolso 8 euros e meio, contudo durante o mês de Dezembro poderão adquirir duas edições grandes a 15 euros, duas edições de bolso a 12 euros ou uma edição grande e uma pequena a 13 euros.

Para mais informações poderão aceder ao blogue do escritor ou através do seu email.

domingo, 18 de novembro de 2012

Anjo Sombrio


Nome: “Anjo Sombrio”

Autora: Cynthia Hand

Nº de Páginas: 288

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Durante meses, Clara Gardner treinou para enfrentar o incêndio das suas visões, mas nada a preparou para a escolha que teria de fazer nesse dia. E no rescaldo do incêndio, descobriu que ao contrário do que pensava, nada é o que parece quando se tem sangue de anjo.
Agora, está dividida entre o amor que sente por Tucker e as dúvidas que Christian lhe desperta, pelos papéis que ambos parecem estar destinados a assumir num mundo que tem tanto de belo como de perigoso. Clara debate-se ainda com uma revelação chocante: alguém que ama vai morrer dentro de meses. Perante um futuro incerto, a única certeza que Clara possui é a de que o incêndio foi apenas o início. Depois de Celestial, Cynthia Hand retracta a alegria do primeiro amor, a angústia da perda e a desorientação por que passamos ao descobrir quem somos.”

Opinião: Cynthia Hand é uma escritora americana, que lecciona cursos de escrita criativa na Universidade de Pepperdine. Considerada pelo New York Times autora bestseller, lança em 2011 a sua obra de estreia “Celestial”, que dá início à saga Unearthly.

Em “Celestial”, Clara havia falhado o seu propósito, salvar Christian do incêndio, optando antes por salvar Tucker, a pessoa que ama e com quem sente que quererá construir uma vida. É neste ponto que “Anjo Sombrio” se inicia. Embora tenha ido contra o seu propósito, por amor, Clara começa a questionar-se se realmente a sua vida não passará por ter Christian ao seu lado.

Quando começa a ter sonhos recorrentes com um funeral, Clara apercebe-se que alguém muito próximo de si irá morrer. Ao constatar que Tucker nunca se encontra no funeral pensa que será ele a pessoa que irá partir, contudo nem tudo o que parece à primeira vista, o é.

Em “Celestial” somos apresentados a uma grande linha de conhecimento no que aos anjos diz respeito, as tonalidades das asas dos mesmos e um pouco sobre a sua missão, contudo neste volume são-nos conferidas respostas para muitas das nossas dúvidas. Em “Anjo Sombrio” somos apresentados ao passado da mãe de Clara, que no anterior volume nos deixou deveras curiosa, devido a todo o mistério em que vivia, onde parecia ter receio de contar fosse o que fosse aos filhos, muito pela necessidade de os proteger. Também fica explícito nesta obra muito sobre os propósitos dos sangues-de-anjo, que por vezes são mais complexos do que parecem inicialmente.

Os desenvolvimentos sobre os anjos são, sem dúvida, uma delícia para aqueles que gostam desta temática. Pessoalmente, que acompanho poucas obras que tenham como foco este tema, fiquei rendida com a originalidade deste mundo. Gostei bastante de conhecer o passado sobre a mãe de Clara, mas essencialmente de tudo o que descobrimos sobre os anjos, mais concretamente quantos anos podem viver, os seus antepassados, tal como o lado bom e mau deste mundo angélico.

Outro ponto que me agradou sobremaneira centra-se na componente afectiva e humana que existe em toda a história e personagens. Neste volume somos apresentados a vários questionamentos por parte de Clara, qual o melhor comportamento a adoptar; o que fazer, se seguir o coração ou a razão; o que fazer quanto ao futuro e a confrontação com muitos sentimentos, como o do primeiro amor e a perda de alguém que amamos, que nos molda para sempre. Tudo questionamentos que todos de nós já nos fizemos, que torna esta obra tão especial e com uma ligação tão forte com o leitor.

Relativamente às personagens, continuo a simpatizar com Clara, acho que é impossível não nos sentirmos ligados a ela, pois é bastante humana e muito daquilo que ela sente nesta obra, também nós já sentimos. Foi interessante conhecer melhor o passado dos seus pais, pois fez-nos compreender melhor as suas capacidades e vários dos seus actos. Quanto às restantes personagens, Christian sempre me causou alguma curiosidade e fascínio, embora no anterior volume não soubesse bem o que esperar dele, pois não o conhecíamos muito bem. Gostei bastante dos momentos vivenciados entre ele e Clara e agradou-me poder compreendê-lo melhor, tal como o seu passado. Tucker sempre me agradou, é um rapaz que teve de crescer depressa, trabalhar para ajudar em casa, o que aliado à sua personalidade forte e querida nos fazia torcer para que fosse feliz com Clara. Quanto ao irmão de Clara, achei um pouco previsível o seu desenvolvimento neste volume, mas fico curiosa com o seu futuro na seguinte obra.

Com uma escrita bastante fluída e calorosa, Cynthia Hand apresenta-nos, deste modo, uma grande continuação desta saga que tem tudo para vingar. Aguardo com alguma expectativa o seguinte volume que será lançado no original em Janeiro de 2013.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Harry Potter e a Câmara dos Segredos



Nome: “Harry Potter e a Câmara dos Segredos”

Autora: J. K. Rowling

Nº de Páginas: 327

Editora: Editorial Presença

Sinopse: “Harry Potter está ansioso por ver terminadas as medonhas férias de Verão que está a passar com os Dursleys, os Muggles mais Muggles de todo o planeta. Mas o tempo parece ter adormecido, ou então está com muita preguiça, porque nunca mais passa. Entretanto surge uma visita inesperada - uma estranha criatura de grandes olhos verdes e enormes orelhas, o elfo Doddy, que trás um sério e terrível aviso : HARRY POTTER NÃO DEVE VOLTAR PARA HOGWARTS.
E a verdade é que no seu segundo ano na escola de feitiçaria, Harry vê-se envolvido numa terrível espiral de perigos e desventuras. Vozes horripilantes sussuram, vindas das paredes; algo ou alguém anda a transformas os alunos em pedra; aparecem fantasmas tenebrosos e aranhas gigantes; e um dia um misterioso aviso é escrito em letras brilhantes numa parede de Hogwarts: A CÂMARA DOS SEGREDOS FOI ABERTA. INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO.
Mas o que isto significa? Harry Potter, Ron e Hermione vão fazer tudo para resolver este mistério, arriscando as suas próprias vidas.”

Opinião: “Harry Potter e a Câmara dos Segredos” lançado inicialmente no Reino Unido em 1998, é publicado em Portugal através da Editorial Presença um ano e sete meses depois. Nesta obra continuamos a acompanhar as peripécias de Harry, que se encontra ansiosamente à espera do final das férias de Verão. Viver juntamente com os Dursley nunca foi tarefa simples, contudo o facto de não receber qualquer carta dos amigos e dos tios não o deixarem fazer os seus trabalhos de casas, só piora a situação.

Durante estas férias recebe a visita de um elfo doméstico, Doddy, que o informa que não deve voltar para Hogwarts, pois a sua vida depende disso. Harry não tem muito em conta este aviso, mas quando retorna à escola de feitiçaria, para iniciar o seu segundo ano de estudos, percebe que afinal o elfo tinha razões nos seus receios. Inúmeros enigmas assolam as paredes de Hogwarts, vozes vindas das paredes, que só Harry consegue ouvir; pessoas petrificadas e uma estranha câmara, que levará Harry e os seus amigos a mais uma aventura arriscada.

Numa escrita simples mas imensamente mágica, J. K. Rowling apresenta-nos uma obra claramente destinada a um público mais jovem, com a idade do pequeno Harry. Neste volume não somos confrontados com grandes desenvolvimentos no que à ligação de Harry e Voldemort diz respeito, nem mesmo ao enraizamento das personagens, contudo é inegável que é uma obra cheia de pormenores deliciosos, que se lê de uma assentada e que nos fascina pela sua originalidade.

As descrições do mundo de feitiçaria são, sem dúvida, o ponto mais forte da escritora. Existem momentos absolutamente deliciosos, desde o jantar que é dado pelo fantasma Nick Quase Sem Cabeça, os momentos em que os aprendizes de feiticeiro aprendem a fazer poções, que quase nos fazem desejar ser parte daquele mundo fantástico. Outro aspecto que nos fascina centra-se no facto de todos os pormenores fazerem sentido mais tarde ou mais cedo. Quando faço esta afirmação, penso no fantasma da casa de banho, que no primeiro livro nos parece ser somente um estranho fantasma, mas que neste volume é essencial.

Cada vez que avanço mais nas obras desta incrível escritora, mais se torna claro o porquê de tantos jovens se terem sentido arrebatados por esta história e por estes pequenos heróis. Embora sinta que esta obra não confere muito de novo à trama, é incontestável que nos dá um prazer enorme de desfolhar e que adoramos saber sempre um pouco mais sobre Harry e os seus amigos.

Fico bastante curiosa por saber os desenvolvimentos futuros e aguardo com alguma expectativa a continuação desta obra, “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

À Boleia pela Galáxia



Nome: “À Boleia pela Galáxia”

Autor: Douglas Adams

Nº de Páginas: 191

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Segundos antes da Terra ser destruída para dar lugar a uma auto-estrada inter-galáctica, o jovem Arthur Dent é salvo pelo seu amigo Ford Prefect, um alienígena disfarçado de actor desempregado. Juntos, viajam pelo espaço na companhia do presidente da galáxia (ex-hippie, com 2 cabeças e 3 braços), Marvin (robot paranóico com depressão aguda), e Veet Voojagig (antigo estudante obcecado com todas as canetas que comprou ao longo dos anos). Onde estão essas canetas? Porque nascemos? Porque morremos? Porque passamos tanto tempo entre as duas coisas a usar relógios digitais? Se quer obter estas respostas, estique o polegar e apanhe uma boleia pela galáxia.”

Opinião: Douglas Adams foi um escritor e comediante britânico, que se tornou famoso através da série de televisão Monty Python’s Flying Circus e da série de rádio, jogos e livros The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy.

“O Guia da Galáxia para quem anda à Boleia” começou como série radiofónica transmitida pela primeira vez no Reino Unido, em 1978, transformando-se no ano seguinte numa saga de romances constituída por cinco volumes. Em 2005 é lançada a adaptação cinematográfica da primeira obra desta série e, nesse mesmo ano, é lançado em Portugal, através da editora Saída de Emergência, o volume inicial desta saga, “À Boleia pela Galáxia”.

Arthur Dent é um homem comum, com uma vida pacata, que de um momento para o outro se vê confrontado com o fim da Terra, devido à construção de uma auto-estrada inter-galática. Quando começa o seu dia, o seu maior receio é que destruam a sua casa, devido a uma construção, todavia à medida que o dia avança compreende que tudo poderá complicar-se. Felizmente, momentos antes de a terra ser destruída, Dent é salvo pelo seu amigo Ford Prefect, um alienígena disfarçado de actor desempregado.

Em conjunto começam uma viagem pelo espaço, onde somos confrontados com um mundo alienígena bastante diversificado, mas, ainda assim, em muito semelhante com o nosso. Um mundo onde existem governantes e governados, onde os mesmos se questionam sobre a existência de uma Entidade Divina e outras tantas questões que nos assolam.

Como ressalvei por diversas vezes, Ficção Científica é dos géneros que pior conheço. Considero que nos encontramos perante mundos tremendamente originais, dignos de mentes brilhantes, indo sempre para estas leituras com um misto de receio e fascínio. Nesta obra somos confrontados com toda esta originalidade, desde peixes que são colocados no canal auditivo e que permitem ao seu portador perceber todos os idiomas; a mundos construídos de raiz por alienígenas.

Contudo, esta obra é mais do que a originalidade, possuindo também uma vertente política, social e religiosa, constatada num contexto cómico. Podemos observar os jogos de poder inter-galáticos, as diferentes formas de governação existentes no Universo e até conseguimos captar uma certa estratificação social existente entre estes alienígenas. Tudo aspectos que tornam esta obra ainda mais especial.

Quanto às personagens, desde o início que nos conseguimos sentir ligados a Dent, porque é uma pessoa comum, que poderia ser qualquer um de nós. Com receios, problemas, enfim, uma vida relativamente pacata. As restantes personagens conferem vida à história. Permitem-nos conhecer as mais diversas criaturas, desde uma personagem com dois braços direitos, um esquerdo e duas cabeças; a um robôt deprimido; atribuindo uma vertente cómica e até enriquecedora no que à Ficção Científica diz respeito.

Sem dúvida, que foi uma obra que me agradou e que me prendeu pela sua originalidade e pelos sorrisos fáceis que me conseguiu arrancar.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

sábado, 3 de novembro de 2012

Divulgação - Parceria com a Saída de Emergência


É com enorme prazer que anuncio que, a partir de hoje, o Magia terá uma parceria com a Editora Saída de Emergência.

Como leitora compulsiva que sou de obras de Fantasia, não me poderia deixar mais contente a possibilidade de ter uma parceria com uma das editoras de que mais gosto e de quem mais obras possuo.

Agradeço às pessoas que ajudaram a que esta parceria fosse possível e espero que também os leitores, que acompanham este pequeno blogue, beneficiem com esta parceria.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Aquisições de Outubro



Neste mês adquiri em segunda mão "O Rapaz da Porta ao Lado" de Meg Cabot, "O Funeral da Nossa Mãe" de Célia Loureiro e foi-me oferecido numa campanha levada a cabo pela Presença no Facebook, denominada "Regresso à Loucura dos Livros Grátis", "As Ruínas" de Scott Smith.


Por fim, aproveitei uma campanha da Bertrand, em que na compra d' "A Última Carta de Amor" de Jojo Moyes, ofereciam "Silver Bay - A Baía do Desejo" da mesma autora.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Rapaz da Porta ao Lado


Nome: "O Rapaz da Porta ao Lado"

Autora: Meg Cabot

Nº de Páginas: 422

Editora: Bertrand

Sinopse: "Que há-de uma mulher solteira fazer em Nova Iorque? Mel assina uma coluna de mexericos e vive na cidade que nunca dorme, o sítio mais emocionante do planeta, mas aborrece-se... em especial devido à sua vida amorosa. As coisas começam a ficar interessantes quando a sua idosa vizinha do lado quase é assassinada. 
Decidida a desmascarar o criminoso que terá cometido tal acto, Mel começa a prestar mais atenção aos vizinhos, em particular àquele que veio cuidar da tia doente. É muito giro, sem dúvida, mas tão misterioso!
O que se passa de facto com o rapaz da porta ao lado? Terá Mel descoberto um assassino... ou o amor da sua vida?"

Opinião: Meg Cabot é uma escritora americana, com mais de sessenta obras da sua autoria publicadas. Um dos seus maiores êxitos é o bestseller “Diário da Princesa”, que foi publicado em mais de quarenta línguas e adaptado ao cinema pela Disney. Leitora desde tenra idade, inicialmente com obras de Ficção Científica e Banda Desenhada, passando mais tarde a Clássicos, como “Jane Eyre” de Charlotte Brontë, que lhe incutiram o gosto por romances. Meg começou a escrever desde a secundária, lançando a sua primeira obra em 1998, “Onde as Rosas crescem Selvagens” e em 2000 vê a saga “Diário da Princesa” publicada, após ter sido rejeitada dezassete vezes pela editora HarperCollins.

“O Rapaz da Porta Lado”, início da Série Boys, lançado em 2002, conta através de emails a história de Melissa, mais conhecida por Mel entre os amigos. A sua vida amorosa tem sido uma desgraça, todos os homens que se aproximam dela acabam por fazê-la sofrer, o que a faz questionar-se se haverá de algo de errado consigo. Quando a sua vizinha do lado é agredida e entra em coma, Mel fica a tomar conta dos seus animais, até o sobrinho da mesma ocupar a casa. Mel acaba por conhecer e apaixonar-se por este homem, que parece ser tão semelhante consigo, mas ao mesmo tempo tão misterioso, que não sabe bem o que esperar dele.

Tive o prazer de ler toda a saga do “Diário da Princesa”, pelo que estava à espera de me sentir bastante apegada à história e escrita da Meg. Adoro o modo como esta escritora nos embrenha nas suas histórias de amor, sendo que neste caso em específico, temos também uma certa dose de mistério e policial. Outro ponto que me agrada sobremaneira é o humor patente nos seus livros. É impossível ler uma obra sua, sem soltar diversas gargalhadas ao longo das suas páginas.

Tenho de confessar que me senti apegada ao casal da trama. Mel é uma rapariga bonita, que nasceu numa terra pequena e que mais tarde arranjou um trabalho em Nova Iorque. Cheia de sonhos e ambições, Mel consegue ainda ter tempo para se preocupar com os outros e tentar ao máximo ajudar o próximo. Embora tenhamos contacto consigo somente por emails foi palpável o seu humor, vitalidade e até um pouco baixa auto-estima, devido a tudo o que passou com o sexo oposto, que nos fazem sentir ligados a ela. John é um homem bastante interessante, jornalista policial, que tem vários pontos em comum com a Mel, até no facto de ter alguma dificuldade em encontrar alguém que o ame pelo que ele é.

Relativamente às seguintes personagens, penso que todas tiveram a sua importância e que não me deixaram indiferente. Gostaria somente de ressalvar que achei que a história por detrás da agressão da vizinha de Mel algo previsível, desde o início que suspeitava quem tinha sido o agressor.

Gostei bastante deste modo de narrativa, da troca de correio electrónico. Tive a possibilidade de ler um livro nestes moldes e penso que torna a obra original. Em certos momentos aconteceu-me achar que havia um certo forçamento em certos emails partilhados entre as personagens, porque existem várias coisas que não partilhamos deste modo, mas ainda assim gostei muito destes momentos.

Numa escrita fluída e bastante cativante, Meg Cabot consegue-nos arrancar inúmeras gargalhadas e sorrisos de ternura ao longo de toda a sua obra. Uma história de amor bonita e possível, que irá tocar certamente os corações de todos os românticos.

Avaliação: 3/5 (Gostei!)

sábado, 20 de outubro de 2012

Não Digas Nada à Mamã


Nome: “Não Digas Nada à Mamã”

Autora: Toni Maguire

Nº de Páginas: 272

Editora: Edições ASA

Sinopse: Toni tinha apenas seis anos quando o seu mundo ruiu. 
Quando o pai teve a sua primeira atitude obscena, a pequena Toni arranjou coragem para contar à mãe o que tinha acontecido, certa de que esta traria a normalidade de volta à sua vida. Mas a mãe fez o impensável: disse-lhe para nunca mais falar nesse assunto. 
Não Digas Nada à Mamã é o relato verídico e tocante da pior das traições; uma história de coragem que inspirou centenas de milhares de leitores em todo o mundo.”

Opinião: « Não digas nada à mamã » foi um dos livros mais vendidos em 2007 no Reino Unido e retrata a história verídica de Toni Maguire, vítima de violação por parte de alguém que a deveria proteger acima de tudo.

Quando tinha seis anos, após ter mudado de casa para a Irlanda do Norte, de onde o pai era natural, Toni ausenta-se de casa, para explorar e se ambientar ao novo local. Com todo aquele ambiente novo, acaba por perder a noção do tempo, só se apercebendo de quão tarde é, quando ouve o seu pai chamá-la irritadamente. Ao vê-lo chegar, percebe que algo de errado se passa e é, neste dia, que se inicia o seu maior pesadelo. Quando o pai de Toni a leva a fazer um passeio ao fim-de-semana, esta menina fica contente ao pensar que as coisas voltarão ao normal, que ele somente quer passear com a filha, mas é neste fim-de-semana que ele a viola pela primeira vez. Toni que tinha contado à mãe a primeira cena obscena por parte do pai, que a tinha beijado em certa circunstância, e que a tinha advertido a nunca mais falar sobre isso, percebe que está sozinha e que não haverá escapatória para esta terrível traição por parte dos pais.

Tinha conhecimento desta obra há vários anos, inclusive estive por diversas vezes para a adquirir, mas acabava sempre por desistir de o fazer, se calhar por retratar uma história verídica ou somente por desconhecer o que a obra poderia conter. Tive possibilidade de a ler através de um empréstimo, aproveito para agradecer à proprietária.

Esta não é uma obra fácil de ler, por diversas vezes tive de interromper a leitura, pois encontramo-nos perante uma narrativa bastante revoltante e emotiva, embora tivesse curiosidade de descobrir mais sobre a história desta menina. Confesso que não me foi igualmente simples escrever esta opinião porque ao ser uma história verídica tive alguma dificuldade de exprimir o que senti ou de ser injusta nas minhas palavras.

Toni apresenta-nos a sua história desde os seus seis anos até aos seus dezasseis e durante estes anos somos confrontados com inúmeras cenas de violação, agressão e intimidação por parte do pai e de omissão por parte da mãe, que fingia que não compreender o que se passava, pois gostava de encenar aos outros que eram uma família feliz.

Ao longo destas páginas experimentei vários sentimentos. Pena por Toni, que merecia ter tido uma vida mais feliz, com alguém que realmente a amasse. Raiva por estes pais, a mãe por não defender alguém que é parte de si, por amar muito mais o marido horrível do que a sua menina. Quanto ao pai nem tenho palavras para descrever o que acho dele, é uma pessoa horrível. Senti também uma certa irritação por Toni, possivelmente injustificada porque passou por tanto e no fundo era demasiado boa e inocente. Afirmo que senti alguma irritação por esperar sempre amor da mãe, por estar sempre disposta a perdoá-la e amá-la apesar de tudo. Compreendo que a nossa mãe é sempre parte de nós, contudo ela fez-lhe tanto mal que sentia que ela deveria seguir a sua vida e arranjar um espaço seu ou juntamente com a sua avó materna, que sempre a amou.

Nesta obra somos também confrontados com o preconceito que esta menina sofreu. Quando engravida do seu pai e conta os momentos atrozes porque passou, toda a gente a culpa, virando-se contra ela, o que novamente foi revoltante. Admitir que somos vítimas é um acto de coragem e esta menina, que se sentia só e incompreendida, acaba por se sentir abandonada. Estes momentos ocorreram na década e 60, porém culparem uma menina de 14 anos de ser a causadora de inúmeras violações, que se iniciaram quando ela era uma menina é, para mim, incompreensível.

Gostaria de salientar que considero Toni uma mulher de força porque apesar de tudo o que passou, conseguiu reconstruir a sua vida e dar a volta por cima, transformando-se numa mulher de negócios de sucesso. Ao escrever esta obra conseguiu mais do que transmitir a sua história e força, mas também colocar de parte os seus fantasmas. Compreendo perfeitamente porque se tornou uma história de força para inúmeros leitores, ou não fosse a realidade de muitos anónimos.

Por fim, queria justificar o porquê de, ao contrário do que tem acontecido até então, não atribuir uma cotação a esta obra. Ao ser uma história verídica, não sabia o que cotar, a história desta mulher de força, a escrita, o modo como ultrapassou esta missiva; ou até como o fazer. Penso que é impossível cotar uma história deste tipo e com receio de ser injusta, preferi somente deixar a minha opinião.

A continuação desta história “Quando o Papá Voltar” irá ser das minhas próximas leituras.

domingo, 14 de outubro de 2012

No Anexo



Nome: “No Anexo”

Autora: Sharon Dogar

Nº de Páginas: 288

Editora: Edições ASA

Sinopse: Estou com medo. Com medo de poder cair e não conseguir parar. Com medo de nunca vir a fazer amor com uma rapariga. Com medo de ser cobarde. Com medo de estarmos encurralados. Com medo de podermos ser apanhados. Com medo de que seja o meu fantasma que ali está parado, à minha espera ao fundo das escadas. Que seja só isto - tudo o que resta da minha vida." Peter van Pels e a família estão escondidos com os Franks, e Peter vê tudo com um olhar diferente. Como será ser-se obrigado a viver com Anne Frank? Odiá-la e depois dar por si apaixonado por ela? Saber que é tema do seu diário dia após dia? Como será ficar sentado à espera, olhar por uma janela enquanto outros morrem e desejar estar a combater? O diário de Anne termina a 4 de Agosto de 1944, mas, nesta história imaginada, a experiência de Peter continua para além da traição e chega aos campos de extermínio nazis. "Está aí alguém?", pergunta ele. "Está alguém a ouvir?" Nós devíamos estar.”

Opinião: Sharon Dogar é além de escritora, com três obras da sua autoria dirigidas a jovens-adultos publicadas, psicoterapeuta de crianças. Teve a possibilidade de ler ”O Diário de Anne Frank” quando pequena e mais tarde através da sua filha, que lhe recordou que vários eram os aspectos que tinham ficado em aberto no diário desta menina, especialmente no que dizia respeito a Peter, que compartilhou os dias com ela no anexo em que estavam escondidos.

Nunca tive a possibilidade de ler “O Diário de Anne Frank”. Como sucede à maioria, conheço a história, pois quando se fala desta época da História é das primeiras narrativas que assaltam à nossa memória e que mencionamos, tendo também conhecimento da adaptação cinematográfica. Contudo, a experiência é sempre outra quando embrenhamos na obra, ainda para mais sendo uma história verídica, contada na primeira pessoa.

Possivelmente deveria ter lido “No Anexo” depois da obra da Anne, contudo estava bastante curiosa com este volume, especialmente por ser uma época que gosto bastante de ler, embora me deixe sempre com um certo sentimento de tristeza e raiva. Não me arrependo de forma alguma por ter lido este volume, pois foi uma surpresa muito boa.

Antes de se dar início à obra somos apresentados a um prólogo, escrito pela autora, que nos contextualiza sobre a história de Anne e o final da segunda guerra mundial, mostrando-nos também o que levou Sharon a escrever esta obra e os seus objectivos.

Esta obra encontra-se dividida em duas partes. Na primeira somos apresentados às ocorrências no Anexo e na segunda como foi viver nos campos de concentração. Foi interessante poder observar as ocorrências através de Peter, na primeira pessoa, ainda que em parte ficcionalmente, pois permite-nos conhecer melhor os intervenientes e ainda sermos confrontados com os momentos passados depois do anexo.

Gostei bastante dos momentos passados no anexo com Anne, a forma como estes jovens se começaram a relacionar, pois Peter gostava de uma pessoa antes de ser obrigado a esconder-se e não simpatizava muito com Anne. Foi interessante ver o florescer desta amizade, que mais tarde se transformou em algo mais. Na obra de Anne, sei que não nos é dado a conhecer momentos íntimos entre ambos, mas também gosto de pensar que tal terá sucedido. Além dos momentos carinhosos entre estes dois jovens, somos apresentados ao medo e opressão desta época. Era palpável a fome porque passaram e o medo atroz que possuíam de ser descobertos, embora tentassem manter uma vida minimamente normal, em que faziam as suas refeições em conjunto, os mais novos estudavam e os mais velhos realizavam diferentes tarefas que lhes eram destinadas.

As personagens encontram-se muito bem desenvolvidas, bastante humanizadas e os seus objectivos e ideais deveras transparentes. Sem dúvida, que me senti bastante ligada a Peter primeiramente, por ser o nosso narrador, que nos presenteia com pensamentos e diálogos bastante claros, que nos envolvem e com alguns desenhos que nos fascinam. Mais tarde também nos sentimos arrebatados com Anne, que tal como sucede com Peter, primeiro observamos com alguma estranheza, mas mais tarde com fascínio.

Relativamente à segunda parte, embora tenha sido grande parte ficcional, pois são poucos os dados que existem sobre o que sucedeu a Peter depois de sair do Anexo, foram escritos tendo como base todos os dados documentados sobre a altura. O que era realizado aos judeus que se encontravam no campo de concentração para onde Peter, o seu pai e o pai de Anne foram enviados. Tenho de confessar que esta parte da obra me emocionou profundamente, pelos questionamentos de Peter, que tenho quase a certeza que têm o seu fundo de verdade, mas pior, por tudo o que ele passou e foi obrigado a fazer de modo a sobreviver.

Numa escrita simples, ou não fosse narrada na primeira pessoa por um jovem, mas repleta de emoções, Sharon Dogar apresenta-nos nesta obra ficcional, o que foi viver com Anne, conhecer e aprender a amar alguém de quem inicialmente não gostava, a ser enviado para um dos campos de concentração mais cruéis da altura. Neste volume somos apresentados a várias realidades, ao florescer da amizade, ao amor juvenil, mas sobretudo à luta pela sobrevivência e à necessidade de procurar a felicidade.

“No Anexo” foi uma obra que me deu um prazer enorme de ler, que me fez sorrir com os momentos ternurentos vividos entre Anne e Peter e emocionar-me com os momentos atrozes que inúmeras pessoas tiveram de atravessar, devido aos ideais de um  homem horrível. Sem dúvida, que recomendo esta obra que tanto me disse.

Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)