sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Estado a Que o Estado Chegou - O Verdadeiro Retrato de Portugal


Nome: "O Estado a Que o Estado Chegou - O Verdadeiro Retrato de Portugal"

Autores: Vários

Nº de Páginas: 200

Editora: Gradiva


Sinopse: "Este livro resulta de uma grande investigação jornalística publicada pelo Diário de Notícias entre os dias 7 e 14 de Janeiro de 2011. O objectivo deste trabalho, o primeiro de um projecto mais vasto, foi dar a conhecer o verdadeiro retrato do estado do País e o real peso do Estado na economia nacional. Pela primeira vez, num levantamento exaustivo, sistematizaram-se dados e elencaram-se números que nem o próprio Estado possui ou é capaz de fornecer. A reacção nacional a esta investigação prova que um trabalho profundo e minucioso como este tem a capacidade de interessar os portugueses, de estimular o imprescindível exercício da cidadania. A partir deste retrato está dado o contributo do DN, a que, com a presente edição em livro, a Gradiva se associa, para uma reflexão objectiva por parte dos cidadãos em geral e dos líderes políticos, económicos e sociais em particular."


Opinião: "Estado a que o Estado chegou" foi um livro que tive de ler  para a faculdade, com o intuito de realizar um trabalho sobre o mesmo, mas acabou por ser uma agradável leitura por um lado e desagradável por outro.

Digo que foi agradável porque é um livro interessantíssimo, com um tema actual, sobre a nossa economia e todos os problemas ligados à crise. Portador de tópicos extremamente interessantes, desde a despesas desnecessárias por parte do Estado, a medidas que deveriam ser adoptadas para sairmos da actual crise e até alguns dos erros cometidos ao longo de todos estes anos que nos levaram a este ponto.

Além do livro se encontrar divido por temas, o que não o torna tão maçudo, possui também imagens que contextualizam os temas abordados.

Por fim, existe também um debate, bastante interessante, onde participam o ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe, o juiz jubilado Carlos Moreno e os professores Lebre de Freitas e Álvaro Santos Pereira.

E é com isto em mente, que entra a parte desagradável, não por causa do livro, frise-se, pois gostei bastante de o ler, mas porque ao lermos este livro constatamos que estamos ainda pior do que poderíamos sequer imaginar.

É defendido ao longo do livro que temos uma despesa pública superior a 150% do PIB! O que é uma barbaridade aos meus olhos...

Mais incrível que isto, é o facto de descobrirmos com esta leitura, que se os orçamentos de infra-estruturas fossem bem realizados, seria possível poupar dinheiro suficiente para fazer a linha do TGV, podendo ainda sobrar dinheiro. É disto exemplo, o Estádio da União de Leiria, que foi, na altura do Euro 2004, o que mais custou, comparativamente ao que seria de se esperar. Nada mais nada menos, que mais de 300% do que era suposto inicialmente. Ou até exemplos de dinheiro mal investido, como os 7 mil euros em rebuçados para o Carnaval de Loulé em 2009 ou os 70 mil euros gastos no ano passado em flores para a casa do nosso actual primeiro-ministro.

Além destes exemplos, muitos outros são lançados, alguns deles que nos deixam abismados com a forma como os dinheiros públicos são esbanjados.

Ao longo do livro muito é debatido e falado. Contudo, duas coisas são consensuais, Portugal gasta muito mais do que tem e para cúmulo, gasta em coisas desnecessárias. Poderia dar o exemplo da Educação que o nosso país é, da UE, o que menos gasta neste meio. Atitude impensada pois é, segundo um estudo, o meio que poderá ajudar a economia a ultrapassar a actual conjuntura. Além disto, o outro aspecto consensual é que é necessário produzir e exportar menos. Mas isto leva-nos a outro dilema. Quem estaria disposto a investir no nosso país?!

Em suma, é um  livro muito interessante e que vale muito a pena ler, mais não seja para percebermos a nossa actual situação financeira. Não é um livro fácil de ler de uma vez, pois embora esteja cheio de verdades, são verdades duras de ler.

Assim, aconselho, sem dúvida, a leitura do mesmo!

Avaliação: 4/5 (Gostei bastante!)

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